Amo escrever. Fico em dúvida sempre sobre o escrever em si. Acho que já devo ter lançado algumas palavras sobre o assunto, mas mesmo assim, pra mim parece uma ação que flui, simplesmente flui. Quanto menos penso sobre, mais ela flui. Não necessariamente serão belas e impressioantes palavras, mas normalmente, mesmo que sejam somente elas, são suficientes, são palavras em palavras.
Mas por vezes me faltam as palavras, também, e me pergunto para onde elas foram… fico a procurar, muitas vezes por desistir sem achar. Outras vezes acho outra em seu lugar. Acontece de virem umas que não são assim tão boas, bonitas, ou de efeito; mas que fazem o serviço até que bem feito.
Agora mesmo me falta uma palavra, e esta infelizmente não sei dizer, caso contrário não me faltaria, é assim, o que fazer?
Sigo escrevendo e me pergunto, quanto do escrever é achar as palavras, quanto é descobrir, por dentro, algo que não sabias e que tens de falar de alguma maneira, quanto é dizer ao mundo algo que se passa, contar uma história, verdadeira ou falsa.
São por fim somente palavras, que juntas de uma maneira ou outra tocam o coração, enchem a cabeça de ideias, ou simplesmente fazem adormecer os olhos cansados e ardentes de tanto, tanto ler, e nos levam ao mundo dos sonhos. Sonhar acordado, lendo ou sonhar o sonho adormecido, são somente as palavras a palavrear sobre acontecidos ou sobre o desconhecido.